O Profeta Maior e a profecia – Mt 7.24-29

Porque o verbo se fez carne – Mt 1.21; Jo 1.1-3,14
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As promessas de tribulações como graça para testemunhar – Lc 21.12-19
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Queridos, depois do advento do pentecostalismo as palavras profeta e profecia foram banalizadas, adquirindo uma conotação diferente do seu verdadeiro significado. No contexto das Escrituras, profecia é a palavra do próprio Deus dirigida ao seu povo, dizendo-lhes o que haveria de acontecer. Desde a Queda dos primeiros pais, Deus prometeu o Messias, o Redentor que haveria de vir. Nesse sentido, todos os que se dizem cristãos já ouviram a palavra de Deus, já ouviram a profecia e sabem, pelo menos por ouvir dizer, que Jesus, nascido da virgem Maria, é o filho de Deus encarnado (Jo 1.1-3,14).

Como vemos claramente no evangelho de João, Jesus é o Verbo de Deus, a Palavra de Deus, a voz de Deus, o Profeta Maior de Deus aqui na terra. Logo, precisamos observar que até mesmo Jesus, o Filho de Deus, enquanto Profeta, não falava de si mesmo. Todo o seu ensino foi-lhe dado pelo Pai, como ele mesmo afirmou: O meu ensino não é meu, e, sim, daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo (Jo (7.16-17).

Portanto, profeta é tão-somente aquele que fala a palavra de Deus, a profecia, com a autoridade de Deus. É assim que o ensino de Jesus, nascido de Maria, um homem sem credenciais sociais que o recomendassem, já que era de família pobre, tinha uma autoridade de causar espanto aos seus ouvintes (Mt 7.28-29). Em outra ocasião, quando os sacerdotes mandaram guardas para prender Jesus, eles voltaram sem o prisioneiro, e a sua justificativa foi simplesmente: Jamais alguém falou como este homem (Jo 7.46).

Percebem, irmãos? O papel de um profeta de Deus, a exemplo de Jesus, o próprio Filho de Deus, é falar apenas e tudo aquilo que o Deus lhe ordenar segundo a sua palavra: O meu ensino não é meu, e, sim, daquele que me enviou (Mt 7.28). Como Profeta Maior, a profecia de Jesus, o interesse de Jesus, assim como de todo profeta verdadeiro, é a redenção da criação caída, especialmente os eleitos, para louvor da glória de Deus.

Por isso, desde o início do seu ministério, como todos os profetas que o antecederam, Jesus chamava os pecadores ao arrependimento para livrá-los do juízo de Deus: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus (Mt 4.17). Arrepender-se significa mudar de vida, voltar-se para Deus em obediência à sua palavra pregada com integridade pelos profetas fieis. Nada menos que isso, ou diferente disso.

Percebem, irmãos, como é falsa a suposta profecia de nossos dias? De forma enganosa, a maioria esmagadora dos pregadores, falsos profetas, apresenta um Jesus bonzinho a nosso serviço, desconsiderando que Jesus, o Senhor, veio redimir a criação caída, ele veio chamar pecadores ao arrependimento (Mt 9.13; Lc 5.32). Esta deve ser a tônica da profecia para a restauração, para a redenção da criação, especialmente dos eleitos de Deus. Esta é a rocha sobre a qual deve ser edificada a nossa casa.

Irmãos queridos, prestem atenção! Todas as pregações que apresentam um Jesus bonzinho, conquanto sejam verdadeiras em alguma medida, são totalmente falsas e extremamente perigosas, uma vez que meia-verdade é mentira inteira. A falsa profecia tem cunho proselitista para encher igrejas. Os falsos profetas buscam atrair e cativar pecadores na situação em que estão, sem o reconhecimento do seu pecado, portanto, sem arrependimento, em sentido contrário à profecia de Jesus, que é a própria palavra de Deus.

Todo aquele que, mesmo já tendo ouvido falar de Jesus, mesmo já tendo ouvido a profecia verdadeira, prefere se satisfazer com falsas profecias; aquele que vem à igreja, supostamente, para recarregar as suas baterias a cada domingo, é aquele sobre o qual o Senhor Jesus declara:  E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.

Irmãos, Jesus não está a nosso serviço como dizem os falsos profetas. Jesus é Deus, ele é o Criador de todas as coisas, ele é Senhor, a quem pertence o reino, o domínio e a glória. Por isso, somente ele pode restaurar, resgatar, redimir a sua criação caída, o seu reino, para louvor da sua glória. Todos os profetas que o antecederam, anunciaram a restauração da criação, após o juízo de Deus por causa do pecado, conduzindo os eleitos a Jesus, o Senhor.

Por exemplo, ele é o Filho do homem anunciado por Daniel: Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do homem, e dirigiu-se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído (Dn 7.13-14). Observem que o Filho do homem visto por Daniel, claramente é o Senhor Jesus, e ele mesmo se qualificou como Daniel o viu.

No seu interrogatório, quando o sumo sacerdote lhe perguntou se ele era o Cristo, o Filho do Deus bendito, Jesus lhe respondeu: Eu sou, e vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo com as nuvens do céu (Mc 14.61-62).

Portanto, o redentor prometido a Eva, a Abraão, e anunciado ao seu povo por todos os profetas chegou definitivamente na pessoa de Jesus, o Filho do homem, o Profeta Maior que falou o que o Pai lhe mandou, e ele nos ensinou e ordenou o que devemos fazer. Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha, e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha.

Que segurança, irmãos! Como é bom saber que o Senhor Jesus veio redimir a sua criação, veio salvar os eleitos, e que fazemos parte do seu rebanho. Mesmo em um mundo corrompido, em um país mais corrompido do que o resto do mundo, temos a segurança de quem construiu sobre a rocha, a profecia verdadeira, a palavra de Deus, o Senhor Jesus, que disse: Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passará da morte para a vida (Jo 5.24).

Ah! Irmãos, como é bom ouvir a palavra de Deus e discernir a verdadeira profecia. Agora, a questão vital é: Como podemos saber quem são aqueles que edificaram sobre a rocha, que estão na condição de ouvir e discernir a profecia verdadeira, a palavra de Jesus?

É simples: Os que discernem a profecia devem expressar esta condição através de um novo estilo de vida prática, em obediência à palavra de Deus: O que isso quer dizer? 1) Os que sabem que vivem pela graça, devem expressar a graça recebida, praticando a gratidão, contribuindo alegremente como reflexo da graça de Deus em sua vida; 2) Os que têm sido muito amados por Deus, devem mostrar um grande amor pelos outros, materializando o amor recebido, através do serviço ao próximo; 3) Os que ganharam a vida eterna por terem sido perdoados, devem perdoar com o mesmo perdão que receberam; 4) Os que conhecem a Deus como o Pai celestial, devem viver satisfeitos com as suas provisões, na forma e na quantidade que vierem, sem murmuração, sem amargor, honrando-o em todo o tempo pela sua bondade, sustento, e pelo seu cuidado protetor.

Nada menos que isso nos identifica como aqueles que edificaram sobre a rocha, que ouvem e reconhecem a profecia verdadeira que tem a autoridade da palavra de Deus, o Senhor Jesus, e por ele têm a vida eterna.

Que Deus nos conceda graça de ouvir com bastante atenção a palavra de ensino do Profeta Maior, o Senhor Jesus, para que possamos pô-la em prática, comprovando que realmente somos filhos de Deus, para louvor da sua glória. Amém.